''Why the Horse? faz apresentações gratuitas no Galpão do Folias.''
31/08/2015 15:38
WHY THE HORSE?, ESPETÁCULO COM MARIA
ALICE VERGUEIRO, FAZ APRESENTAÇÕES
GRATUITAS NO GALPÃO DO FOLIAS
A turnê de Maria Alice Vergueiro com o espetáculo Why the Horse? não terá fim tão cedo.
Nessa semana, a peça faz suas últimas apresentações no CCSP e já terça que vem, dia 8 de setembro, o espetáculo começa uma curta temporada, com quatro apresentações gratuitas, no Galpão do Folias.
Aos 80 anos, Maria Alice Vergueiro dirige e atua no espetáculo WHY THE HORSE?, em busca de novos desafios com seu Grupo Pândega de Teatro
Morrer em cena. Esse foi o ponto de partida do espetáculo WHY THE HORSE?, da atriz e diretora Maria Alice Vergueiro. A montagem, depois de uma temporada de sucesso no Sesc Santana e no Centro Cultural São Paulo, faz seis apresentações gratuitas – de 8 a 13 de setembro, de terça-feira a sábado às 21 horas e domingo às 20 horas – no Galpão do Folias. Ao lado de Luciano Chirolli, seu parceiro de cena há 23 anos, o mais recente trabalho da atriz e diretora tem dramaturgia de Fábio Furtado e elenco formado por Carolina Splendore, Alexandre Magno e Robson Catalunha.
Aos 80 anos, Maria Alice continua se desafiando nesse espetáculo que tem sido sucesso de público e crítica. Instigada pelo tema da morte, Maria convocou seus parceiros do Grupo Pândega para a criação de um espetáculo-happening em que pudesse ensaiar seu derradeiro momento – o último ensaio.
A construção da dramaturgia partiu de um intenso trabalho de improvisações e da relação dos integrantes com Maria Alice, bem como dos sentimentos suscitados em cada um pelo tema da morte em geral e, particularmente, pela morte da atriz. Para tanto, valeu-se também da condução do bailarino e ator Alexandre Magno, que além de integrar o elenco assina a direção de movimento e cujo repertório trazido da dança, auxiliou o grupo a mergulhar em um teatro menos centrado no texto e mais atemporal.
Morrer em cena
As improvisações geraram repertório embasado em elementos do imaginário grotesco, universo estético recorrente no histórico artístico da atriz e, particularmente, em seu espetáculo anterior, As Três Velhas, pelo qual Maria Alice recebeu o prêmio Shell de Paladina do Teatro Experimental Brasileiro e Luciano Chirolli, o de Melhor Ator. O resultado é uma montagem que privilegia a liberdade dos intérpretes em torno de uma cartografia cênica, um roteiro cerimonial em que o foco está nas ações e transições entre os diferentes momentos, mais do que numa dramaturgia convencional, embora essas instâncias frequentemente estejam permeadas por textos. Para além do interesse artístico nesta forma de fazer teatro, a abordagem escolhida procura se manter fiel ao desejo expresso pela atriz de fazer da própria morte um happening, uma preparação real, e, no limite, morrer em cena.
Ao lado do material gerado pelas improvisações e dos temas pessoais dos integrantes em suas relações com Maria Alice, WHY THE HORSE? também dialoga com alguns dos principais autores presentes na trajetória artística da atriz, como Alejandro Jodorowsky, Samuel Beckett, Bertolt Brecht e Hilda Hilst.
Residência na SP Escola de Teatro
A ideia desta montagem surgiu de um convite: uma residência do Grupo Pândega na SP Escola de Teatro.
Com Maria Alice e Carolina Splendore na condução, o processo consistiu em um intenso mergulho pela obra de Alejandro Jodorowsky, Fernando Arrabal e Samuel Beckett. Já nesse momento a possibilidade de trabalhar de maneira mais aberta, flertando com o happening, surgia com força. Este desejo de experimentar novas formas de expressão teatral aliado ao desejo de Maria Alice Vergueiro de se preparar para a morte formaram o embrião de WHY THE HORSE?.
Estrutura não-hierárquica
O método de criação desta peça optou por abandonar todas as hierarquias. Apesar de algumas funções serem assinadas por determinados integrantes, a criação foi realmente fruto da contribuição de todos.
Fábio Furtado explica um pouco como esse processo funciona na dramaturgia. “Temos um ponto de partida, um fio condutor, e sabemos os lugares aos quais queremos chegar ao longo do espetáculo, e também temos um repertório exaustivamente trabalhado para cada momento. Mas a dramaturgia de fato foi construída simultaneamente ao mergulho no tema escolhido, em vez de ser composta num momento anterior à montagem. E não tem no texto teatral o seu centro, é mais parecido com o processo de montagem de um documentário de observação, em que você traz à tona o que é importante e já está lá e trabalha a partir disso nas costuras das cenas. E uma das coisas mais curiosas desse espetáculo é que temos dois atores, a Maria Alice e o Luciano, reconhecidos pelo seu trabalho com a palavra, atuando numa dinâmica em que o texto não é o foco da atenção. O movimento ganha importância maior em cena. Acho extraordinário ver dois atores com uma carreira tão reconhecida ainda se permitindo e querendo buscar desafios”, conta.
Com mais de 50 de palco, Maria Alice não pensa em parar. Em suas palavras, sempre um pouco irreverentes: "com sorte pode ser que eu morra em cena. Se não, estaremos de volta no dia seguinte”. E é em torno desse desejo que o espetáculo se constitui. Maria diz que quer ensaiar a morte para não ser pega de surpresa.
Sobre o Grupo Pândega de Teatro
O Grupo Pândega de Teatro – fundado há sete anos por Maria Alice Vergueiro, Fábio Furtado e Luciano Chirolli – investiga o universo estético do grotesco e a Psicomagia, de Alejandro Jodorowsky, com foco no Método Pânico, escrito por Jodorowsky, Fernando Arrabal e Roland Topor e foi o primeiro grupo brasileiro a encenar As Três Velhas, também de Jodorowsky.
A primeira montagem do grupo, As Três Velhas passou por sete estados brasileiros e também por Havana, Cuba, e recebeu os prêmios: Shell 2010 Paladino do Teatro Experimental Brasileiro para Maria Alice Vergueiro; Shell 2010 Melhor Ator para Luciano Chirolli; Arte Qualidade Brasil 2010 para melhor direção e CPT 2010 Melhor Elenco; além de diversas outras indicações.
Hoje o grupo Pândega é composto por Maria Alice Vergueiro, Luciano Chirolli, Fábio Furtado, Carolina Splendore e Elisete Jeremias. Para a montagem de WHY THE HORSE? contam ainda com a parceria de Alexandre Magno e Robson Catalunha em cena, Pedro Monticelli na assistência de direção, J.C.Serroni na cenografia, Guilherme Bonfanti na luz, Telumi Helen no figurino, Otávio Ortega na direção musical e Carla Estefan na direção de produção.
Informações:
WHY THE HORSE? – De 8 a 13 de setembro, de terça-feira a sábado às 21 horas e domingo às 20 horas, no Galpão do Folias.
Dramaturgia – Fábio Furtado. Direção – Maria Alice Vergueiro. Elenco – Alexandre Magno, Carolina Splendore, Luciano Chirolli, Maria Alice Vergueiro e Robson Catalunha. Assistente de Direção – Pedro Monticelli. Cenário – J.C. Serroni. Figurino – Telumi Hellen. Desenho de Luz – Guilherme Bonfanti. Trilha Sonora Original – Otávio Ortega. Direção de Movimento – Alexandre Magno. Direção de Produção – Carla Estefan. Direção de Cena e Produção Executiva – Elisete Jeremias. Assistente de Produção – Ariane Cuminale. Camareira – Maria Cícera.
Duração – 60 minutos. Indicado para maiores de 16 anos. GRÁTIS – Ingressos distribuídos com uma hora de antecedência.
GALPÃO DO FOLIAS – Rua Ana Cintra, 213 – Campos Elíseos (próximo a estação do metrô Santa Cecília). Telefone – (11) 2122-4001. Capacidade - 80 lugares.