TEATRO: "Palavra de Rainha", com a atriz Lu Grimaldi e direção de Mika Lins chega aos palcos do Rio''

06/10/2015 00:54

PALAVRA DE RAINHA

 

Depois de temporada de sucesso em São Paulo, a atriz Lu Grimaldi chega aos palcos do Rio como a rainha Dona Maria I em monólogo escrito por Sérgio Roverie dirigido por Mika Lins

 

A renda da temporada será destinada à ONG Turma do Bem(https://turmadobem.org.br/), formada por um grupo de dentistas que atendem a crianças carentes e a mulheres vitimas de violência doméstica

 

ESTREIA: dia 06 de outubro (3ªf), às 19h30

LOCAL: Teatro Eva Herz, Livraria Cultura - R. Senador Dantas, 45 - Centro /RJ Tel: (21) 3916-2600

HORÁRIOS: terças e quartas às 19h30 / INGRESSOS: R$30,00 e R$15,00 (meia entrada) / DURAÇÃO: 55 minutos / CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos / TEMPORADA: de 06 a 28 de outubro (no dia 27/10, excepcionalmente, não haverá apresentação)

 

O espetáculo é marcado por um conjunto de acertos. A dramaturgia de Roveri promove um questionamento abrangente sobre a velhice e a dependência capaz de ultrapassar a figura histórica. Lu brilha em uma interpretação econômica e tira proveito de um trabalho de corpo que a permite interagir com o cenário criado por Cássio Brasil. A encenação concebida por Mika revela-se de extremo bom gosto e oferece belíssimos e raros efeitos visuais em um conjunto que peca pelo final, um tanto abrupto e enigmático.” (Dirceu Alves, Veja SP)

 

“A diretora Mika Lins e o autor Sérgio Roveri mesclam engenhosamente o que é mais individual e singular, da mãe e mulher, com a história e o Estado. (…) o cenógrafo e figurinista Cássio Brasil, que consegue integração rara da obra no palco. E que alcança sua melhor representação em Lu Grimaldi, atriz que carrega a tarefa sempre difícil de dar vida a um monólogo.” (Nelson de Sá, Folha de São Paulo)

 

O espetáculo Palavra de Rainha, que marcou o retorno da atriz Lu Grimaldi aos palcos depois de um período de dez anos em que se dedicou à televisão (recentemente no ar na novela “Babilônia”), chega ao Rio no próximo dia 06 de outubro no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura. Baseada na vida da rainha portuguesa D. Maria I, conhecida em Portugal como a Piedosa e, no Brasil, como a Louca, “Palavra de Rainha” é a vigésima peça de Sergio Roveri a ser encenada e a terceira direção de Mika Lins.

 

O espetáculo, desde a sua primeira temporada, dedica toda a renda para a a ONG “Turma do Bem” (https://turmadobem.org.br/), um grupo de profissionais da área odontológica que há cerca de 20 anos oferece tratamento e restauração dentários gratuitos a crianças carentes e mulheres vitimas da violência doméstica.

 

A escolha da personagem partiu da atriz Lu Grimaldi. Durante uma visita a Portugal, há dois anos, a atriz descobriu em D. Maria muito do que procurava encenar neste seu retorno aos palcos: conflitos individuais de uma mulher, uma história pontuada por tragédias e dualidades como poder e religiosidade, loucura e dor, consciência e delírio.

 

Dona Maria foi a primeira mulher a assumir o trono em Portugal e, consequentemente, a única rainha que tivemos. Em meio a tragédias pessoais, como a perda de cinco dos seis filhos, e dezesseis anos de reclusão no Palácio de Queluz, governou um país e fez valiosas contribuições à cultura. Morreu em 1816, aos 81 anos, no Rio de Janeiro, cidade em que ela, no meio dos seus delírios, acreditava ver o diabo escondido atrás do Pão de Açúcar”, afirma a atriz.

 

O dramaturgo Sergio Roveri, que no ano passado recebeu sua terceira indicação ao Prêmio Shell de melhor autor, além de ter sido indicado também para o Prêmio Governador do Estado, foi convidado para escrever o texto sobre esta mulher com quem a história foi tão pouco generosa. Como ele mesmo enfatiza, dela só guardava duas informações antes de iniciar suas pesquisas: que era mãe de Dom João VI e que era louca. “Depois de ler quatro biografias de Dona Maria, me vi diante de um personagem trágico e complexo, que poderia perfeitamente ter sido talhado pela mente de um Shakespeare, de um Eurípides”, diz. “Mas Dona Maria foi talhada pela vida, o que dá uma dimensão assustadoramente real às suas dores, seus dilemas e seus poucos e pequenos prazeres”, acrescenta Roveri.

 

SINOPSE

A história transcorre em três situações distintas: os anos que D. Maria passou reclusa no Palácio de Queluz, para onde foi enviada após as primeiras manifestações da loucura; a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil, no final de 1807; e, finalmente, os seus últimos anos de vida, num convento das carmelitas no Rio de Janeiro.

 

A narrativa passa pela sua trajetória até o trono, a dor de perder os filhos para a varíola, as dificuldades deixadas por seu pai e os primeiros sinais de loucura. Nessa travessia, surgem importantes coadjuvantes da história da monarca, com quem ela trava diálogos imaginários: D. João VI, Marquês de Pombal, seu pai, D. José I, Carlota Joaquina, Tiradentes e os criados do palácio.

 

A MONTAGEM

 

A montagem não tem cenário, apenas um fundo preto e um vestido enorme igualmente negro, com 220m² de tecido, que envolve a atriz e se espalha pelo palco. Contando a história da rainha através de seus devaneios, o espetáculo desconstrói o estereótipo da personagem. “O trabalho cênico e dramatúrgico do espetáculo está centrado em estabelecer esse ‘espaço’ da loucura. Procurei, como diretora, deixar Dona Maria à deriva”, ressalta Mika Lins, convidada por Lu Grimaldi para dirigir o espetáculo.

 

FICHA TÉCNICA

 

Texto: Sergio Roveri

Direção: Mika Lins

Elenco: Lu Grimaldi

Assistente de direção: Daniel Mazzarolo

Cenografia e Figurino: Cassio Brasil

Designer de Luz: Fran Barros

Trilha Original: Daniel Maia

Fotos: Lenise Pinheiro

Assistentes de Produção: Estevão Diniz

Realização: Turma do Bem

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

 

 

PALAVRA DA TURMA DO BEM

 

Em uma iniciativa pioneira, a Turma do Bem, ONG que atua na área odontológica, utilizou leis de incentivo para produzir cultura, com a montagem do espetáculo teatral “Palavra de Rainha”, como objetivo de atacar um problema social – a falta de acesso a tratamentos odontológicos.


Por que a peça é baseada em D. Maria I?

 

Conhecida como a Pia, ou Piedosa, em Portugal, seu reinado foi marcado por grandes obras sociais, como a fundação da Casa Pia de Lisboa, instituição que até hoje promove os direitos e a proteção de crianças e jovens. Entretanto, no Brasil ela entrou para a história como Maria, a Louca, a monarca que ordenou a execução e o esquartejamento do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes – por ironia do destino, um dentista.

 

Desse jeito, não há melhor personagem para discutir o conflito maniqueísta entre Sanidade x Loucura, Piedade x Crueldade, Bem x Mal, Certo x Errado: temas relevantemente contemporâneos. E que estão diretamente conectados ao trabalho do terceiro setor.

 

Por que Lu Grimaldi é a protagonista?

 

Lu Grimaldi é uma das mais renomadas atrizes do Teatro Brasileiro. Nos anos 70, participou do revolucionário grupo Dzi Croquettes, atuando na montagem do espetáculo “Dzi Croquettas” (1973, dirigido por Claudio Gaya). Além disso, entre seus trabalhos destacam-se “Blas-Femêas” (1988, dirigido por Roberto Lage), “Ponto Limite” (1989, dirigido por Paulo José), “Sonhos de uma noite de verão” (1992, dirigido por Werner Herzog), “Rei Lear” (2000, dirigido pó Ron Daniel) e “Violetavita” (1994, dirigido por Bete Lopes).

Em 2000 foi premiada pela APCA, como melhor atriz. No mesmo ano, ganhou o Trófeu Melhores do Ano e o prêmio Qualidade Brasil.

 

Milita nos projetos da Turma do Bem desde a nossa fundação, em 2002. Tamanho engajamento lhe garantiu o título de Madrinha da TdB, conferido espontaneamente pelos voluntários do projeto Dentista do Bem.

 

E foi por causa do projeto que, em 2012, em visita ao nosso escritório português, ela descobriu e se apaixonou pela história de Dona Maria I. Tal paixão resultou na peça Palavra de Rainha.

 

Por que o Sérgio Roveri foi convidado a escrever a peça Palavra de Rainha?


O currículo de Sérgio Roveri fala por si mesmo. Estreou como autor teatral em 2003, com a peça “Vozes Urbanas”. Na sequência, teve encenados dezenas de espetáculos, entre os quais se destacam:

 

  • “Abre as Asas Sobre Nós”, com direção de Luiz Valcazaras, que lhe valeu O PRÊMIO SHELL DE MELHOR AUTOR EM 2006;
  • “Andaime”, com direção de Elias Andreato, texto vencedor do PRÊMIO FUNARTE DE DRAMATURGIA NA CATEGORIA TEATRO ADULTO;
  • “A Coleira de Bóris”, com direção de Marco Antonio Rodrigues, com o qual recebeu a segunda indicação ao Prêmio Shell na categoria de melhor autor;
  • “Os Que Vêm com a Maré”́, que integrou o projeto 3XRoveri e contou com direção de Maria Alice Vergueiro, Rodolfo García Vazques e Fernando Neves, e lhe valeu a terceira indicação ao Prêmio Shell de melhor autor.

 

Além disso, há muito tempo colabora em diversos projetos da TdB. Destaque para os textos escritos especialmente para as cerimônias de premiação do Melhor Dentista do Mundo, o Sorriso do Bem – evento no qual já foi premiado como Melhor Voluntário Não Dentista.

Em setembro estará com três textos em cartaz: Palavra de Rainha, produzida pela TdB, Tempos de Marilyn, sobre a vida da atriz Marilyn Monroe, e Medeia: 1 verso.

Por que Mika Lins foi convidada para a direção?

 

Mika Lins Glasberg já fez de tudo pela Turma do Bem. Voluntária há vários anos, já foi atriz, apresentadora e diretora da cerimônia de premiação do Melhor Dentista do Mundo, o Sorriso do Bem.

 

Como atriz, estreou nos palcos em 1984, na peça "A Casa de Bernarda Alba", com a qual foi indicada ao Prêmio Mambembe e recebeu o Prêmio Governador do Estado. Participou também das montagens de "Cacilda" (1998, direção de José Celso Martinez Correia), "Fedra" (2000, direção de Antônio Abujamra), "Frankensteins", (2002, direção de Jô Soares) e "Memórias do Subsolo de Dostoievsky" (2009, dirigida por Cássio Brasil).

 

Estreou como diretora em 2010 dirigindo o aclamado espetáculo "Dueto para um", e em 2013 dirigiu "Festa no Covil", monólogo baseado na obra homônima do mexicano Juan Pablo Villalobos.