Grupo TAPA estreia ANTI-NELSON RODRIGUES no Rio de Janeiro.''

15/02/2016 21:22

CAIXA Cultural apresenta

ANTI-NELSON RODRIGUES” com o Grupo TAPA

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Eduardo Tolentino de Araújo

www.grupotapa.com.br

 

A peça faz curta temporada no Teatro de Arena da CAIXA Cultural, de 18 de fevereiro a 13 de março (16 apresentações), e o Grupo TAPA oferece oficina livre e gratuita de teatro para maiores de 14 anos nos dias 03 e 10 de março

 

foto: Ronaldo Gutierrez

 

ESTREIA: dia 18 de fevereiro (5ªf), às 19h

LOCAL: Teatro de Arena da CAIXA Cultural – Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (próximo à estação Carioca do metrô)   tel: 21 3980-3815

HORÁRIOS: 5ªf a domingo, sempre às 19h / DURAÇÃO: 90 min / GÊNERO: comédia / INGRESSOS: R$20,00 e R$10,00 (meia entrada) / CAPACIDADE: 226 espectadores (sendo 4 para cadeirantes, e acesso a portadores de necessidades especiais) /CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos / TEMPORADA: até 13 de março 

 

OFICINA COM O GRUPO TAPA

Público-alvo: maiores de 14 anos / Dias e horários: 03 e 10 de março (5ªf), das 14h às 17h / Local: Sala de Ensaio da CAIXA Cultural / Capacidade: até 20 pessoas / Inscrições: tapa@grupotapa.com.br até o dia 1º de março

 

Aos 35 anos de vida e há 30 radicado em São Paulo, onde acumulou mais de 80 prêmios e construiu uma sólida e vitoriosa história na cena teatral, o Grupo TAPA traz ao Rio mais um sucesso de seu repertório, “Anti-Nelson Rodrigues”, penúltima obra de Nelson Rodrigues (1912-1980), escrita em 1973. A direção é de Eduardo Tolentino de Araújo, e no elenco estão Augusto Zacchi, Carol Cashie, Clara Carvalho, Cesar Baccan, Eduardo Semerjian, Oswaldo Mendes, Penha Pietra’s. O patrocínio é da CAIXA Cultural.

 

Esta é a quarta peça de Nelson Rodrigues encenada pelo Grupo TAPA - o grupo montou “Viúva, Porém Honesta” nos anos 1980; “Vestido de Noiva”, nos anos 90; e “A Serpente” em 2000.

 

“Anti-Nelson Rodrigues”, encenada pela primeira vez em 1974, com direção de Paulo Cesar Pereio, foi uma encomenda da atriz Neila Tavares, que há muito pedia a Nelson que lhe dedicasse um texto original. A peça é um sumário das melhores e mais saborosas situações rodrigueanas. Entre humor e o drama, as personagens transitam à deriva em busca de amor e redenção.

 

POR QUE MONTAR ANTI-NELSON RODRIGUES?

 

Em primeiro lugar, Nelson sempre. Nelson Rodrigues é o maior dramaturgo brasileiro, sempre passível de leituras e releituras. ‘Anti-Nelson’, escrita já nos anos 1970, é como um epílogo de sua obra: irônica e autoparódica. Em suas peças ele sempre riu de nossa sociedade, mas nesta peça Nelson passa a rir também de si mesmo, dos próprios conceitos. Ele ampliou sua descrença e seu desencanto – um sentimento algo semelhante ao que temos hoje diante do mundo em que vivemos”, responde o diretor Eduardo Tolentino de Araújo.

 

SINOPSE

 

A peça conta a história de Oswaldinho (Augusto Zacchi), um jovem rico e mimado pela mãe, Tereza (Clara Carvalho), e desprezado pelo pai, Gastão (Eduardo Semerjian). Inescrupuloso, ladrão e mulherengo, se torna dono de uma das fábricas do pai e decide conquistar uma funcionária recém-contratada, a jovem e incorruptível Joice (Carol Cashie). Acostumado a ter tudo o que quer, Oswaldinho tenta comprar Joice que, por sua vez, sonha com um amor verdadeiro desde menina e não se deixa levar pelo dinheiro. Fazem parte ainda da trama Leleco (Cesar Baccan), amigo de infância de Oswaldinho, Salim Simão (Oswaldo Mendes), pai de Joice, e Helenice (Penha Pietra’s), empregada de Salim.

 

A MONTAGEM

 

A encenação de Eduardo Tolentino de Araújo foi concebida para arena. O cenário de Marcela Donato, não realista, é formado basicamente por cadeiras e espelhos. Os figurinos, também de Donato, têm leve tom crítico e fazem alusão aos anos 1970. A trilha sonora de Tolentino utiliza inserções do tango “À Meia Luz” (A Media Luz), de Carlos Gardel (1890-1935).

 

AS CRÍTICAS NA TEMPORADA PAULISTANA

 

“Na direção de Eduardo Tolentino de Araújo, o Grupo TAPA (…) apresenta um espetáculo que reforça a paródia deste texto quase esquecido. Demonstra conhecimento íntimo do universo rodrigueano.” (Folha de São Paulo, Carolin Overhoff Ferreira)

 

“Tolentino valoriza cada deboche do original e permite ao bom time de sete atores explorar o patético das situações.” (Veja SP, Dirceu Alves)

OFICINA COM O GRUPO TAPA

 

Durante a temporada, o Grupo TAPA ministrará uma oficina livre de teatro para maiores de 14 anos.

 

O objetivo do curso é o trabalho de cenas da dramaturgia de Nelson Rodrigues sob o olhar do Grupo TAPA, através das seguintes peças: "Anti -Nelson Rodrigues" e "A Serpente". Pretende-se desenvolver um entendimento do dramaturgo através de um trabalho prático na cena com os atores, e com isso propiciar um treinamento de cada um dos participantes do curso, com foco na relação ator-texto, voz e corpo em cena. Os encontros serão conduzidos por Augusto Zacchi, ator da atual montagem de "Anti-Nelson Rodrigues”.

 

São dois encontros, nas quintas-feiras 03 e 10 de março, das 14 às 17h na Sala de Ensaio da CAIXA Cultural. A capacidade é de até 20 pessoas, e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail tapa@grupotapa.com.br até o dia 1º de março.

 

FICHA TÉCNICA

 

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Eduardo Tolentino de Araújo

Elenco / Personagem:

 

Augusto Zacchi / Oswaldinho

Carol Cashie / Joice

Clara Carvalho / Tereza, mãe de Oswaldinho

Cesar Baccan / Leleco, amigo de Oswaldinho

Eduardo Semerjian / Gastão, pai de Oswaldinho

Oswaldo Mendes / Salim Simão, pai de Joice

Penha Pietra’s / Helenice, empregada de Salim

 

Figurinos e Cenário: Marcela Donato

Iluminação: Nelson Ferreira

Trilha Sonora: Eduardo Tolentino de Araújo

Fotos: Ronaldo Gutierrez

Produção Geral: Cesar Baccan

Patrocínio: CAIXA Cultural

Realização: Grupo TAPA

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany


Grupo TAPA

 

O TAPA foi fundado em 1974 na PUC-RJ, quando alunos de diversos cursos decidiram fazer teatro amador. À época, chamava-se Teatro Amador Produções Artísticas (T.A.P.A.). O nome deixou de ser uma sigla cinco anos depois, quando o grupo se profissionalizou. Em 1986 transferiu-se para São Paulo, onde ocupou o Teatro da Aliança Francesa como sede permanente por 15 anos. 

 

O grupo se notabiliza pelo teatro de repertório e a montagem de clássicos: entre os autores encenados estão Shakespeare (A Megera Domada), Bernard Shaw (Major Bárbara), Anton Tchekov (Ivanov), August Strindberg (Camaradagem), Oscar Wilde (A Importância De Ser Fiel) e Luigi Pirandello (Vestir Os Nus); e também brasileiros como Arthur De Azevedo (A Casa De Orates), Nelson Rodrigues (Vestido De Noiva) e Jorge Andrade (Rasto Atrás). 

Com 35 anos de bons serviços prestados ao teatro brasileiro, o TAPA já recebeu mais de 80 prêmios, entre Shell, Mambembe, Molière, APCA, Qualidade Brasil e Governador do Estado. 

 

NELSON RODRIGUES (1912-1980)

 

Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 1912. Aos 5 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar na Rua Alegre, em Aldeia Campista, bairro que depois seria absorvido pelos vizinhos Andaraí, Maracanã, Tijuca e Vila Isabel. Em contato com a imaginação fértil do futuro escritor, a realidade da Zona Norte carioca, com suas tensões morais e sociais, serviu como fonte de inspiração para Nelson construir personagens memoráveis e histórias carregadas de lirismo trágico.

 

Aos 13 anos, ingressa na carreira de jornalista, trabalhando como repórter policial em A Manhã, um dos jornais fundados por seu pai, Mário Rodrigues, que marcaram época – o segundo foi Crítica, palco de uma tragédia que abalaria o dramaturgo profundamente: o assassinato de seu irmão, o ilustrador e pintor Roberto Rodrigues, em 1929.

 

Lado a lado com o teatro, o jornalismo foi para Nelson um ambiente privilegiado de expressão. Dentre seus textos propriamente jornalísticos, destacam-se aqueles dedicados ao futebol, em que empregou toda sua veia dramática, transformando partidas em batalhas épicas e jogadores em heróis. Trabalhou nos mais diversos jornais e revistas, assinando artigos e crônicas, como a popular e discutida coluna “A Vida Como Ela É…”.

 

Em 1943, a consagração no Theatro Municipal do Rio de Janeiro: sua segunda peça, Vestido de Noiva, montada por um grupo amador, Os Comediantes, dirigida pelo polonês recém-imigrado Ziembinski e com cenários de Tomás Santa Rosa, revolucionava a maneira de se fazer teatro no Brasil. Sua peça seguinte, Álbum de Família, de 1946, que trata de incesto, foi censurada, sendo liberada apenas duas décadas depois. Dali em diante, sua obra despertaria as mais variadas reações, nunca a indiferença.

 

O prestígio alcançado pelo reconhecimento de seu talento não o livrou de contestações ou perseguições. Classificado pelo próprio Nelson Rodrigues como “desagradável”, seu teatro chocou plateias, provocando não apenas admiração, mas também repugnância e ódio, sentimentos muitas vezes alimentados por seu temperamento inclinado à polêmica e à autopromoção.

Nelson Rodrigues morreu no Rio de Janeiro, em 1980, aos 68 anos. Além dos romances, contos e crônicas, deixou como legado 17 peças que, vistas em conjunto, colocam-no entre os grandes nomes do teatro brasileiro e universal.

 

Fonte: https://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/nelson-rodrigues/biografia-de-nelson-rodrigues/